03/09/08 (Miercules=Quarta) – Córdoba / Córdoba / Cór...



Ficamos até um pouco mais tarde na cama, pois não tínhamos dormido bem e decidimos voltar devagar, com medo do que pudesse acontecer ao carro. Meu pai ligou às 8:00 pedindo para aguardarmos porque ele estava indo pessoalmente conversar com nosso mecânico e retornaria. Eu voltei a olhar os mapas pra ver se ainda tínhamos tempo, se decidíssemos continuar...Meu pai ligou de novo e foi outro tapa na cara. Nosso mecânico nos aconselhou a voltarmos, pois tudo indicava que era mesmo um problema elétrico, complicado de se concertar no Brasil, pior onde estávamos. Na verdade, nunca existe uma certeza, a gente pode trocar de tudo e o defeito voltar a aparecer (foi o que aconteceu). Mesmo com muita tristeza resolvemos que o mais responsável seria retornar ao Brasil. Arrumamos nossas coisas, o Nano comeu uma pequena média-lunas, eu comi nada e fomos a casa de câmbio vender os pesos chilenos. Eu estava com a cara inchada, de tanto chorar. Na venda dos pesos perdemos um bom dinheiro, o Nano tremia, eu já estava anestesiada de tanta coisa que acontecia, uma atrás da outra. Na volta ao hotel passei num cyber, onde mandei um e-mail para a família comunicando e retorno e em seguida excluí o blog. Arrancamos os adesivos do blog, da bandeira de SP e do Brasil, entramos no carro e partimos com destino ao Brasil, porém, nos perdemos na saída da cidade, já estávamos no Portal de saída quando percebemos que estávamos a caminho de Buenos Aires, entramos no retorno e enquanto aguardávamos o farol abrir, o Nano viu ao nosso lado um Palio 16V (até então não visto e nem citado pela concessionária da Fiat)...ele foi andando ao lado, meio perturbado e acho que não ficaria em paz se não fizesse isso: Começou a gritar para a mulher baixar o vidro e perguntar se o motor era 1.0...Foi uma bagunça, ela não entendia nada (nem sempre os Argentinos são simpáticos, eu só estava esperando ela começar a nos xingar) estava o maior trânsito, ela diminuiu a velocidade, todo mundo começou a buzinar e ela fez sinal para o Nano entrar à direita que ela ia encostar o carro. Corremos na janela dela, explicamos resumidamente e perguntamos sobre o motor, ao que ela respondeu que, não entendia absolutamente nada de carros, pois era FISIOTERAPEUTA, mas que seu marido era dono de um AUTO ELÉTRICO e que só ele poderia nos dizer, perguntou se queríamos segui-lá. Lá fomos nós, no automatismo, sem compreender porquê estávamos fazendo aquilo, nós precisávamos ir embora, já tínhamos decidido, já tínhamos aceitado! A mulher chamou o marido, explicamos pra ele o que estava acontecendo e ele nos disse que o motor era exatamente o mesmo, inclusive que o carro era do Brasil, a mulher estava super apressada, pois estava levando o pai para casa e tinha paciente para atender, arrancou com o carro e o Nano não conseguiu ver o motor. Conversamos muito com o Sr. que nos explicou que não tinha muito segredo se necessitássemos de peças, inclusive, a 4 quadras pra frente ficava a fábrica da Fiat. Sua esposa retornou muito rápido e vimos que o motor era 1.3, diferente do nosso, mas quaaaaaase igual. Ele pensou muito e disse que o que podia fazer para nos ajudar era nos encaminhar para um conhecido dele, de muita confiança, especialistas em injeção eletrônica e que só eles poderiam fazer um diagnóstico preciso e em cima do diagnóstico descobrir se necessitava trocar alguma peça e aí sim, poder nos dizer se essa peça existe aqui ou não. Mas, como SEMPRE, tudo nos ACONTECIA (acontecia, passado, se Deus quiser) por volta do meio dia, então teríamos que aguardar até às 15:00hs + ou -. Enquanto o Nano entrou com ele para ligar para os caras, eu fiquei chutando umas pedras na rua e trocando uma idéia com Deus, pensava: pôxa, assim o Sr. dá um nó na minha cabeça né?...Nós estávamos indo embora, eu estava tentando me conformar, daí essa coisa toda foi acontecer e agora?...A esposa dele super atrasada para atender o paciente, ainda quis nos levar até a oficina que não ficava nada perto. Lá fomos nós, numa confusão de sentimentos, sem saber direito o que estávamos fazendo, se era um erro ou um acerto, se era teimosia ou persistência, mas tínhamos sido tão acolhidos por esse casal, tão bem tratados, eles passavam uma energia tão boa, nos chamavam o tempo todo de “chicos”, foram carinhosos, nos beijaram, disseram que gostariam que alguém fizesse o mesmo por eles se um dia estivessem em apuros no Brasil, não dava pra recusar. Quando chegamos à oficina tivemos a agradável surpresa de sermos mais uma vez muito bem recebidos. Começaram logo a examinar o carro, mais uma vez explicamos tudo, desde o começo e com a maior naturalidade possível o rapaz disse que caso necessitasse substituir o corpo da borboleta, a centralina da injeção ou mesmo o chicote, que eles tinham as peças sim! E as que não tinham, ele tinham como conseguir. Mesmo o carro sendo 1.0? Sim. Mesmo não tendo 1.0 na Argentina? Sim. Tudo bem, poderia ser um baita de um golpe, mas pelas circunstâncias não pareceu ser. Scanearam tudo, várias vezes, fizeram vários testes, mas naquele momento nada aparecia pelo scanner, então resolveram fazer outros testes e outros, enfim, localizaram uma falha de “massa”, como um desequilíbrio, um comprometimento do funcionamento das correntes elétricas, algo assim...quase enlouquecemos o “Jorge” com tantas perguntas e tanta pressão para que ele nos desse certeza e ele se manteve firme. Não quis trocar nenhuma peça da injeção que são caríssimas, não enfiar a faca...enfim, disse que era um trabalho um tanto quanto demorado, mas que ficaria pronto até às 19:00hs. Mais uma vez nos sentíamos perdidos, o que fazer? Nem tínhamos onde ficar...Decidimos tentar, mesmo que fosse para voltar pra casa, mas com mais segurança. Ele fez questão de nos levar em seu carro até o centro para procurarmos um hotel mais barato do que o que havíamos ficado, pois já tínhamos gastado até o fundo das calças. Andamos pra caramba, paramos pra comer alguma coisa que quase não desceu de novo e ficamos num fuleiro qualquer porque não agüentávamos mais andar. Passamos o resto da tarde deitados, eu com enxaqueca, o Nano nervoso, uma angústia...às 18:00hs não agüentávamos mais esperar, decidimos tomar um táxi até a oficina e aguardar por lá mesmo. Fomos novamente muito bem recebidos, inclusive pelas cadelas que nos distraiam bastante. O carro estava em teste, já tinham feito os reparos e não agüentávamos mais de tensão. Rodaram durante meia hora e nada, tudo redondo, tudo perfeito...e agora? Piramos de novo. O Jorge nos deu certeza absoluta que o desequilíbrio de massa afetava o funcionamento da centralina, da borboleta e era um problema que ia e voltava. Da parte deles, estava resolvido. Não adiantava mais pressionar o Jorge, no fundo, no fundo, eu queria que ele decidisse pela gente, eu queria que qualquer pessoa decidisse pela gente...e o medo de tomar a decisão errada? Tanto pra ir, quanto pra voltar...Enfim, retornamos ao hotel com uma boa energia, uma esperança de que tudo tivesse dado uma revirolta, mas queríamos consultar meu pai. Nada de conseguir falar com ele e a idéia de prosseguir já tomando conta da gente de novo. Consegui contato às 21 e pouco, despejei tudo o que aconteceu, sem vírgulas, na certeza que ele ia tentar me convencer a voltar...mas como ele sempre me surpreende, nos deu total apoio para continuar, desde que fossemos responsáveis...P...que la parila!!! Era tudo o que eu precisava ouvir. Decidimos continuar, e que Deus nos abençoasse. O Nano comeu um pão com salame no quarto mesmo, eu e o Pablo não conseguimos comer nada. Comecei a atualizar o diário de bordo de novo, revivendo todas as emoções dos últimos acontecimentos, os meninos desmaiaram de cansaço e nem ouviram quando minha mãe ligou...para nos dar a benção! Para nos apoiar na decisão de continuar em frente....P...que la parila de novo, até tu mãe?! Estava mais do que resolvido. Se vai dar certo, se vai dar errado, até onde vamos conseguir chegar...só Deus sabe, e sei que ele só quer o melhor pra nós, então entrego tudo nas mãos dele e vamos dar continuidade ao sonho.

2 comentários:

  1. É isso aí! Continuem em seus destino, c/ a confiança em nosso Pai realizarão o seus sonhos.
    Deus está c/ vocês, e vocês estão c/ Deus. beijus

    ResponderExcluir
  2. Como pode, né? Uma benção do pai mudar um destino... Valeu paizão!!!!

    ResponderExcluir