20/09/08 (Sábado) – Puerto San Julian / Puerto Madryn – 875km











Saímos “vazados” de Puerto San Julian, uma pena, queria ter tido tempo de conhecer um pouco San Julian, só o que vi foi a “Nao” que fica numa praça, em comemoração aos 500 anos do descobrimento da América, na noite anterior, procurando hotel, não tirei nem uma fotinho. Abastecemos e pé na estrada...no posto, nos demos conta (ou melhor, o Nano) que estávamos ficando sem pesos, áh, como ele me deixou feliz! Nós precisávamos cambiar urgente, chegaríamos em Puerto Madryn à noite, sem acesso a casa de câmbio e independente de outros métodos de pagamento precisávamos de moeda corrente. A próxima cidade grande, ou melhor, a única, era Comodoro Rivadavia, eca!, de novo esse lugar de furacão?! Não tinha remédio, era lá ou SEM pesos. Chegamos por volta das 14:00, já mortos de fome, mas fomos rodar em busca de uma bendita casa de câmbio. Pergunta aqui, pergunta ali, roda, se perde, dá várias voltas no mesmo quarteirão e consegue-se chegar á bendita casa de câmbio. Parecia estar fechada, mas nesses dias eu já andava tão retardada que demorou pra cair a ficha...Vi na plaquinha: ”De lunes a viernes 08:30hs às 14:00hs”! Carajo! Faltava 1 minuto para às 14:00hs, maravilha!!! Eu tentei sair correndo do carro quando tive um estalo....Claro, se fosse de lunes a viernes! Era sábado! Ninguém contou pra gente que era sábado! Sacanagem hein...Nossa, só então me dei conta do quanto estávamos retardados, perdidos no tempo, sem saber de nada o que se passava no mundo, QUE DELÍCIA! (Queria viver sempre assim). Depois da frustração fomos procurar um posto de gasolina e algum lugar pra comer, que aceitasse tarjetas, agora nossa única forma de pagamento, tínhamos alguns pesos ainda, mas era bom guardar até conseguirmos cambiar. No posto, me lembrei que em Comodoro tinha aeroporto...que gênio! Aeroporto = casa de câmbio!...Nada de comer, vamos ao aeroporto, primeiro a grana...uns 12km de onde estávamos, nos perdemos um pouquinho e chegamos ao aeroporto...que piada!...rs...Um predinho fantasma! Fui sozinha, me deu medo...ninguém nos balcões das operadoras, ninguém no embarque/desembarque, ninguém em lugar nenhum! Vi dois caras conversando, nas poltronas de espera, perguntei se eram passageiros, se sabiam sobre a existência de uma casa de câmbio...e eles me disseram que tinham morrido em 1923, num incêndio, quando caiu um avião no lugar...brincadeirinha....eram funcionários e só faltou rirem da minha cara. Nada feito no aeroporto, já estávamos longe do centro de Comodoro, no caminho certo para Puerto Madryn, não valia a pena voltar para comer...pé na estrada de novo. No caminho, começaram a aparecer as primeiras falésias e mais uma vez a forte presença do petróleo, dessa vez nas plataformas no mar. Chegamos em Puerto Madryn umas 20:00hs e sentimos a diferença de temperatura pela primeira vez em tantos dias, um bafo quente. Não estava mais do que 19º, mas ficamos com muito calor. Adoramos a noite da cidade, movimentada, iluminada, bem parecida com algumas das nossas cidades litorâneas. E como toda cidade agitada de litoral, sábado à noite os hotéis estão lotados...áh, não, de novo isso, ta virando moda...Depois de uns 3 hotéis, achamos um apart, muito legal, enorme para nós 3 e com o preço que acompanhava o tamanho do ap, o Nano já queria tirar as malas, mas convenci ele a darmos uma volta em só mais um quarteirão. Achei um hostel bem legal, mas não aceitavam cartão e queríamos guardar os poucos pesos que nos restava...Então achamos um hotelzinho bacana, limpo, dormível, mas sem internet. Resolvi não pagar o dobro do preço para ter internet no apart, o blog já estava atrasado mesmo. Ainda arrumei umas fotos, assistimos alguns vídeos, conversamos um montão (era a hora de tentar convencer o Nano da Península Valdez, se a lavagem cerebral fosse feita na hora certa, ele dormiria sonhando com pingüins e leões marinhos e nem se importaria com os 250KM DE RÍPIO, áh, uma bobagem, só um detalhezinho), ainda cozinhamos um miojo, eles saíram para achar um locutório (foi impossível pela hora) e depois de tomar um banho demorado pra tirar o atraso, fui dormir quase 2:00hs torcendo para o Nano abraçar a idéia da Península (mas só de ele ter falado “vamos ver, vamos ver” eu sabia que estava ganho).