07/09/08 (Domingo) – Santiago / Osorno – 920km

Conseguimos seguir viagem e descemos o Chile a caminho de Osorno. A estrada é excelente e chegamos aqui o Sol estava se pondo às 19:30hs. O caminho é muito belo, no começo, os Andes de um lado e pastagens de outro, depois não conseguimos mais avistar os Andes, apenas paisagens. As cores se misturam aos olhos, todos os tipos de verde, claro, escuro, oliva, o marrom do fim do inverno, o amarelo das flores típicas, o azul do céu, o laranja do pôr do Sol, é como se estivéssemos numa aquarela. Pegamos frio, tempo nublado, Sol, chuva. Da estrada, vêem-se casinhas no meio dos pastos, como cabanas, pintadas de duas cores, uma casinha de cachorro ao lado pintada com as mesmas duas cores, uma chaminé e algumas vaquinhas no quintal. O que qualquer paulista estressado sonharia para sua aposentadoria. Hoy também vi meus primeiros guanacos, um numa pastagem, de pescoço virado lendo uma placa...rs...e outro no quintal de uma dessas cabanas, assim, como um cachorrinho de estimação...os meninos não viram. Chegamos a Osorno e ficamos assustados e encantados ao mesmo tempo...tudo parece de mentira, de miniatura, com todas as casinhas de madeira, quase que grudadas uma na outra, com uma chaminé saindo fumacinha...me senti dentro de uma maquete. Como já tinham me avisado que isso poderia acontecer, à água dos Andes fez mal à mim e ao Nano, então chegamos desesperados para encontrar um hotel e diante da aparência da cidade, isso parecia impossível. Achei que, teria de dormir numa das cabaninhas de cachorro, menor do que a cabaninha dos seus donos. Mas estava enganada, já estamos instalados num hotel bem aconchegante de onde temos a vista da cidadezinha fumegante cheirando à lenha....isso nos anima a fazer uma bela sopa no quarto do hotel com nossa cozinha portátil.
Ainda não avistamos o vulcão....me venderam essa imagem na internet, espero que não tenham arrancado ele daqui.
Amanhã, se Deus quiser, votaremos para Argentina onde pretendemos chegar à Bariloche e cidadezinhas da região dos Lagos.

06/09/08 (Sábado) – Santiago

Hoje não conseguimos dar continuidade no nosso roteiro, não por causa da Catarina, mas por minha causa mesmo, por causa daquela que me assola constantemente e me garante muitas visitas ao hospital, a enxaqueca. A idéia era partir cedinho para Osorno, mas acordei mal e decidimos ficar para não forçar muito, sabemos que acaba ficando pior e não compensa. A não ser pelo tempo, que começa a ficar apertado, não foi nada ruim ficar por aqui...pôxa, vir para o Chile e não conhecer sua capital também era sacanagem. Dormimos profundamente até 11:30hs com todo o cansaço acumulado e quando acordei ainda estava mal, então resolvi que, se ficasse aqui pensando na dor seria pior, saímos para almoçar e dar uma volta pela cidade, valeu muito! A caminhada me fez bem e a cidade é linda, nos pés dos Andes (o Pablo os viu de repente, de cima do Cerro Santa Luzia) e cheia de cultura. Ontem, eu menti. Nosso hotel não fica em frente a Plaza de Las Armas coisa nenhuma e sim em frente ao Cerro Santa Luzia, lugar belíssimo, deve ter sido um forte, de onde se tem a vista de toda a cidade. Voltamos no final da tarde e hibernamos. À pouco, o Nano foi à uma panaderia e nos trouxe coisinhas para comer. Agora, eu e o Nano estamos embaixo de 20 cobertas (hoje não está frio perto do que passamos ontem, 10 graus) terminando o post para voltar a hibernar, enquanto o Pablo assiste à um programa sobre o Brasil e mata um pouco a saudade.

P.S: Mãe, falar em saudade...que saudade da sua comida! Até o seu arroz, feijão e ovo são melhores do que qualquer comida daqui.