22/09/08 (Segunda) – Puerto Madryn / Bahia Blanca – 768km










































































































Ecologicamente falando, a única coisa que tinha faltado na nossa viagem eram as Baleias, nem de longe conseguimos avistá-las na Península, mas tudo bem, não chegava a ser uma reclamação, tínhamos estado em tantos paraísos, vivido tantas aventuras, as Baleias ficariam para uma outra oportunidade....ãh ãh, ledo engano, despretenciosamente nós só não as vimos, como também ganhamos um showzinho particular!
Não precisávamos acordar muito cedo, pois não podíamos sair de Madryn sem cambiar, e como na Argentina tudo abre “cedo”, a casa de câmbio só começava funcionar às 09:30hs...O Nano a todo momento gostava de lembrar que estávamos ferrados, a distância até Bahia Blanca era longa e também começávamos a ficar meio mal humorados, fim de viagem, cansaço, muita estrada, os próximos dois dias, ou melhor, todos os dias, até chegarmos em casa, seriam só de estrada! Sem passeios! Tínhamos decidido assim, Buenos Aires só de passagem, Uruguai também, estávamos preocupados com o retorno ao trabalho e queríamos nos garantir.
Chegamos à casa de câmbio às 09:00, ainda faltava meia hora mais um minuto pra abrir, então resolvemos passear pela Orla, um calçadão bem gostoso de se caminhar, ar puro da manhã, como disse anteriormente, Puerto Madryn lembra algumas de nossas cidades litorâneas, a não ser, claro, pelas Baleias! Foi assim que as vimos, estávamos na mureta da praia, olhando ao horizonte, pensando na vida, quando vimos aqueles rabos dançando fora d’água....afeee...mais uma emoção num dia que tinha tudo pra ser monótono. Ficamos ali um tempão, hipnotizados pelo show delas, eram duas, bem na praia, pertinho de nós, um espetáculo de Baleias Francas Autrais. Só saímos dali quando elas se afastaram para alto mar, ainda demos mais uma volta no calçadão, onde vimos árvores entalhadas, verdadeiras obras de arte, feitas nas próprias árvores que ficam na calçada. Cambiamos poucos pesos, pois tínhamos só mais dois dias na Argentina e não queríamos perder dinheiro (ai, ai, ai)...Na estrada, sem novidades, muito sono, muita música, muita conversa. Em determinado momento tínhamos que decidir se íamos por Mar del Plata e optamos por não ir, pois nos acrescentaria mais 250km e não podíamos nos dar esse luxo. Continuamos pela ruta 3 , onde víamos muitas plantações de girassóis e geradores aeólicos de energia, uma bela paisagem. Chegando em Bahia Blanca erramos a entrada na rotonda e chegamos na Petrobrás, enorme, mas só tinha ela onde nossa vista alcançasse, o que nos desesperou, mais uma cidade sem hotéis!...Resolvemos voltar pra estrada e ver se era isso mesmo, achamos outra entrada e finalmente chegamos à cidade por volta das 18:30hs, cada vez mais cansados, decidimos ficar no primeiro hotel que vimos pela frente, um 4 estrelas, que lhe cabia bem o ditado “por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento”, quartos antigos, com carpete, ótimo pra quem tem rinite, mas era limpo e confortável, tinha um piano bar que não me interessava nem um pouco, eu estava com uma enxaqueca ferrada nesse dia e saí pra comer quase chorando, ainda assim, observando a cidade meio de rabo de olho, gostei bem do lugar, cidade pequena, mas com boa infra, por ser um pólo petroquímico, com vários barzinhos num calçadão, ficamos num desses e comemos uma pizza, a animação do Nano nesse dia me irritava, eu não conseguia nem abrir os olhos, precisava tomar um remédio e dormir.