10/09/08 (Quarta) – Bariloche / Comodoro Rivadavia – 840km










































































































Estou em atraso com o blog. Difícil lembrar até do que comi no café da manhã com tanta coisa acontecendo, dois, três dias então, piorou...Enfim, me lembro que nesse dia acordei com a sensação que todo sedentário tem depois do primeiro dia de academia, dor por todo lado, eu travei. No café da manhã, pensava na bio-mecânica da queda do Pablo (uma que ele caiu de cara e entrou muita neve pelo nariz...rs...já contei?) e cheguei à conclusão que seu grande hematoma na cintura não tinha nada a ver com isso e sim, com o dia anterior, quando ele e o Nano foram brincar de gangorra num tronco velho, pulando em pé, cada um numa ponta e....claro, o pedaço do Pablo quebrou (tudo acontece com ele), foi um tombo e tanto. Estava meio desanimada porque tinha decidido realmente deixar a inóspita Ruta 40 (meu sonho) para quando estiver com tração nas 4...depois do problema da Catarina, não dava pra arriscar. Eu achava que esse dia seria meio chato, não me animava o caminho que iríamos percorrer...meu destino seria El Chaltén e sabia que teríamos que dormir no meio do caminho. Me surpreendi! A viagem foi demais! Pegamos um pedaço da 40, pavimentado, mas muuuuito deserto! Por um bom tempo acompanhamos os Andes de um lado e deserto do outro. O frio e o vento eram absurdos, apesar do Sol. Como sempre, tentamos encontrar um almoço descente, em vão. Às 15:00hs. paramos num posto mesmo e também como sempre, só o que tinha eram àqueles lanches “tripas” (dessa vez em formato de triângulo, imitando um lanche natural)....argh! Que nojo, não desce mais pela minha guela. Tentei comer um salgadinho que comprei ainda quando não sabia o que era “jámon”...argh! Não desce, melhor ficar sem comer. Eu e o Nano ficamos no carro esperando o Pablo e lembrando das comidas da minha mãe...arroz de forno...hummm...e aquele frango no creme de cebola hein? (dizia o Nano engolindo seu lanche tripa gelado horroroso)...hummm. Estávamos cortando a Argentina pelo meio e eu achava que sempre descendo, mas o Nano insistia que estávamos subindo...até que percebemos estar quase na altura das nuvens, inclusive, uma delas, bem enorme e bem preta vindo na nossa direção. O formato era mesmo de um tufão, furacão, sei lá como chama. Imagina, a gente vai passar batido, ela ainda está longe...ãhhã! Nos pegou em cheio! Entramos bem no meio dela! No olho! Onde ficam girando as vacas, os carros e casas no alto! (Essa parte é mentira)...Mas que estávamos bem no miolo, no meio de uma chuva torrencial, isso sim. E o frio era tanto, que antes das gotas atingirem o carro e o solo, virava neve! Não estava nevando, estava chovendo e virando neve, foi louco...Bom, a maior parte da estrada é péssima! Foi uma viagem pelas crateras...Mas cruzar o deserto patagônico ouvindo o CD do nosso casamento, ficou eternizado. No caminho, muitas indústrias petrolíferas (é assim que se fala?), muitos caminhões e caminhonetes circulam nesse pedaço por causa dessas indústrias. Pegamos todo o tipo de tempo, sol, chuva, neve, frio, calor, vento e chegamos à Comodoro embaixo de muita chuva e vento. A cidade tem uns 4 hotéis, dois de luxo e que não tinham vaga...descobrimos que os funcionários dessas indústrias vêm pernoitar em Comodoro, só dava eles nos hotéis nas suas Hilux. Rodamos muito, o carro balançava com tanto vento, eu não tinha comido nada o dia inteiro, minha cabeça explodia numa nova crise de enxaqueca...eu já tinha certeza, aquela seria nossa primeira noite no carro. Achamos um pulgueiro de caminhoneiros (quase pelo mesmo preço do hotel chique de Bariloche), mas o Nano não aceitava de jeito nenhum que ficássemos ali. Achamos um meio termo, tinha vaga, mas não dava pra acreditar no valor, uma diária era o equivalente à 3 de hotéis bons que ficamos em outras cidades, sem desayuno. Ele decidiu que ficaríamos ali, que facada. Desde essa noite comecei a não dormir direito e não conseguir comer. A ventania era desesperadora, dava a impressão que o teto do hotel sairía voando a qualquer momento, com a gente atrás...que cidadezinha horrível.

P.S: Hoje já é dia 13! Atrasei tudo por vários motivos, a correria da viagem, problemas pessoais e por aí vai. A intenção era atualizar tudo hoje, postagens e fotos, mas é impossível já é meia noite, o dia foi absurdamente cansativo (por mais uma de nossas aventuras) e amanhã, pra variar, temos que sair cedo. Por favor! Não desistam! Qualquer hora eu consigo!

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